Espaços

29 de jun. de 2009

A arte de ser livre


Até onde eu sei, somos chamados para inclusão, e não exclusão. Se fosse assim, em vão veio Jesus ao mundo para amar, salvar e libertar os doentes e cativos pelo erro.

Muito se fala sobre o pecado, o capeta e coisas assim, mas pouco tenho visto, vivido e ouvido sobre o verdadeiro amor, a verdadeira liberdade e a aceitação do reino de Deus.

Há algumas semanas levei um "soco na boca do estômago". Ouvi que um pastor "abençõou" a saída de uma família da igreja apenas por que a jovem queria uma festa de 15 anos e ele não concordou, disse que deveria ser realizado um culto de gratidão a Deus e só, sem festa.

Poxa, mas peraí, será que é essa liberdade que a Bíblia diz? É isso que Jesus quis dizer no versículo "conhecereis a verdade e a verdade vós LIBERTARÁ"? (João 8:32) Parece que quanto mais "conhecemos" mais presos somos. Nos tornamos livres do pecado e cativos das doutrinas e leis da igreja (que muitas vezes não condizem com as leis do nosso Deus).

Claro que concordo que um culto de agradecimento a Deus pelos 15 anos de vida seja algo maravilhoso e de extremo valor espiritual, mas qual o problema com a festa? Uma família inteira deve ser julgada e condena a ponto de serem convidados a saírem da igreja por que querem festejar o aniversário da filha caçula?

Quando soube que o pastor alegava cuidado pastoral e que tudo isso era para não correr o risco de escandalizar nenhum irmão, fiquei ainda mais frustrada com a nossa sociedade cristã brasileira. Até quando vamos nos escandlizar com aquilo que não fere a Palavra de Deus e continuaremos a aceitar com facilidade a mentira, a ganância e a sede pelo poder dentro das nossas igrejas?

Tá na hora dos cristãos ajudarem uns aos outros com seus fardos de erros e pecados, e não colocar mais um jugo nas costas do irmão.

Jesus nos chama para incluir pessoas, agregar o máximo da almas, e não fazer distinção desse ou daquele por coisas tão pequenas. Lembrem-se que Jesus começou o seu ministério em uma festa de casamento. Ele não disse para aquele casal que eles deveriam ter feito apenas uma cerimônia religiosa e que o vinho acabou pra que eles vissem o prórpio pecado. Muito pelo contrário, Jesus demonstrou amor e cuidado quando se dispos a "tirar do sufoco" os organizadores da festa.

Ensinar é mais difícil do que proibir, mas é o ideal.

Pastores, líderes e afins, ensinem o discernimento, a obediência a Deus e o amor pelos perdidos ao invés de proibi-los de viver, castrando cada vez mais a nossa juventude.

Liberdade não é o mesmo que libertinagem. Precisa ser aprendida pra ser vivida com santidade. Mas não é excluindo pessoas que vamos alcançar um rebanho sadio, muito pelo contrário.

O verdadeiro discipulado está em poder mostrar os meus erros sem ser condenada por eles. É ser amada pelo que sou, e não pelos meus acertos. É entender que eu não sou ninguém, não tenho a verdade do mundo em minhas mão e muito menos conheço o coração de Deus a ponto de querer decidir por Ele.

5 comentários:

  1. Ana, a
    pós ler o seu texto me senti contrangido e confrontado a tambem ajudar a carregar os fardos dos meus irmãos, por isto eu vou fazer a minha parte...
    sei que é algo que muitas pessoas vão questionar mais precisa ser feito...
    carregarei o fardo juntamente com o pastor desta família.
    Eu tenho certeza que ele será julgado, apedrejado e se tudo acontecer como o de costume ele não tera a oportunidade de reconhecer, aprender e a concertar os possiveis erros cometidos. Acredito também que o seu carater e relacionamento com Deus, bem como o seu chamado/ministerio serão colocados a prova...

    Em seu texto, você deixou muito claro (para mim ficou) algumas falhas cometidas pelos dois atores (familia e pastor) e foi bastante infeliz em escolher um fato ocorrido com Jesus para tentar exemplificar o seu ponto de vista, tendo como objetivo solucionar o caso e acusar o pastor. (não vou comentar esta passagem, pq isto é outra pregação/sermão)

    Você deve conhecer a historia que cerca Saul, Davi e Absalão
    Saul quando jovem foi um homem que vivia segundo o coração de Deus e foi escolhido para ser Rei de Israel, quando velho já era Rei, continuava a viver segundo a vontade de Deus, mas não era bom com Davi (isto segundo o entendimento de alguns.
    Davi quando jovem era um rapaz que vivia segundo a vontade de Deus, também foi escolhido para ser rei de Israel, mas era perseguido por Rei Saul que tambem era um homem segundo a vontade de Deus,
    Davi quando velho, se tornou um Rei segundo a vontade de Deus, mas não era tão bom com seu filho ...

    Em especial Saul e Davi foram ungidos, escolhidos por Deus, se tornaram referencias, mas também cometeram erros e mesmo assim continuaram como Reis ungidos e escolhidos por Deus.

    Derrepente este pastor possa ser mais um Saul ou Davi, ou até mesmo esta familia possa ser Saul ou Davi...

    Quem está certo o pastor ou a familia?

    É para ajudar a carregar o fardo?

    Pelas palavras escritas por você e pela bandeira que você levantou e deixou explicito, a familia foi prejudicada, é a correta e você vai ajuda-los a carregar o fardo...

    E o pastor?
    Será que se eu ajuda-lo a carregar o fardo, eu também serei acusado, julgado, apedrejado?

    ResponderExcluir
  2. não foi bem isso, mas entendo o que vc disse. não creio que o pastor está endemoniado e não tem unção ou até mesmo a presença de Deus, mas ele está errado sim. e como vc pode perceber, não me referi apenas ao acontecido, mas sim o que está gerando a história toda: pessoas que querem ser mais reis do que a realeza, que querem colocar pecados onde não há. não dá pra falar que festa é pecado (por isso, e só por isso, dei o exemplo de Jesus no casamento), mas tambem seria insano dizer que fazer um culto é bobagem (sim, eu concordo em se fazer um culto para a ocasião). o que faltou nesse pastor foi sabedoria (o que creio ter acontecido comigo tbm, já que não consegui que vc entedesse exatamente aquilo que eu escrevi). sinceramente, não consigo, ainda, ver o erro na familia. qto ao pastor, infelizmente, nao posso concordar com as atitudes dele, mas tbm nao posso apedreja-lo, como vc disse, e tao pouco farei isso com vc. ajudar a carregar o fardo não significa aceitar e apoiar tudo, e sim mostrar os erros e acertos. se vc quer "carregar o fardo" desse pastor, podia entao mostra-lo que não há necessidade de "excumungar" as pessoas da igreja, concorda? conheço esse pastor há muitos anos, não escrevi nada baseada em historinhas ou bafafas. confio nesse homem e acredito no chamado que ele vem exercendo, mas ninguém é perfeito e ele não foge a regra. mesmo sendo um homem de Deus, como é, ele está errado por "agredir" essa familia, condenando-os e "abençoando" a saida deles da igreja, ou seja, os expulsando.

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Ola Ana!

    Otimo texto. Sem me prender a outros aspectos, vou pegar um ponto só que costuma ser a marca da extrema hipocrisia.

    Ja vi, muitas vezes, após alguma exortação a seriedade e pertinencia lider dizer algo do tipo: "Realmente, não tem sentido a censura, contudo devemos evitar escandalizar os outros..."

    Ora! No fim das contas a manutenção da aparencia publica tem mais importancia do que a logica individual. E ocorrendo em todos os casos, pois todos temos as nossas questões, acabamos vivendo uma imagem pública que não condiz com a realidade particular de ninguem. Vivemos mentira!

    Isto não é liberdade! Nem santidade! A verdadeira santidade se apresenta a Deus no particular e no intimo em primeiro lugar!

    Fato é que se este mundo por si só não escandaliza... Não será uma festa inocente que o fará.

    E principalmente, seremos julgados um a um.

    Queria aproveitar a oportunidade para lhe apresentar o meu blog, o Genizah e recomendar uma visita. Por minha vez, já me tornei seu seguidor.

    Graça e Paz!

    Danilo


    http://genizah-virtual.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  5. Voce me deixa publicar este artigo em Genizah, meu blog... Me faz uma visita e deixa um recadinho la...

    Brigado.

    ResponderExcluir

Me deixe feliz, comente!