Até onde eu sei, somos chamados para inclusão, e não exclusão. Se fosse assim, em vão veio Jesus ao mundo para amar, salvar e libertar os doentes e cativos pelo erro.
Muito se fala sobre o pecado, o capeta e coisas assim, mas pouco tenho visto, vivido e ouvido sobre o verdadeiro amor, a verdadeira liberdade e a aceitação do reino de Deus.
Há algumas semanas levei um "soco na boca do estômago". Ouvi que um pastor "abençõou" a saída de uma família da igreja apenas por que a jovem queria uma festa de 15 anos e ele não concordou, disse que deveria ser realizado um culto de gratidão a Deus e só, sem festa.
Poxa, mas peraí, será que é essa liberdade que a Bíblia diz? É isso que Jesus quis dizer no versículo "conhecereis a verdade e a verdade vós LIBERTARÁ"? (João 8:32) Parece que quanto mais "conhecemos" mais presos somos. Nos tornamos livres do pecado e cativos das doutrinas e leis da igreja (que muitas vezes não condizem com as leis do nosso Deus).
Claro que concordo que um culto de agradecimento a Deus pelos 15 anos de vida seja algo maravilhoso e de extremo valor espiritual, mas qual o problema com a festa? Uma família inteira deve ser julgada e condena a ponto de serem convidados a saírem da igreja por que querem festejar o aniversário da filha caçula?
Quando soube que o pastor alegava cuidado pastoral e que tudo isso era para não correr o risco de escandalizar nenhum irmão, fiquei ainda mais frustrada com a nossa sociedade cristã brasileira. Até quando vamos nos escandlizar com aquilo que não fere a Palavra de Deus e continuaremos a aceitar com facilidade a mentira, a ganância e a sede pelo poder dentro das nossas igrejas?
Tá na hora dos cristãos ajudarem uns aos outros com seus fardos de erros e pecados, e não colocar mais um jugo nas costas do irmão.
Jesus nos chama para incluir pessoas, agregar o máximo da almas, e não fazer distinção desse ou daquele por coisas tão pequenas. Lembrem-se que Jesus começou o seu ministério em uma festa de casamento. Ele não disse para aquele casal que eles deveriam ter feito apenas uma cerimônia religiosa e que o vinho acabou pra que eles vissem o prórpio pecado. Muito pelo contrário, Jesus demonstrou amor e cuidado quando se dispos a "tirar do sufoco" os organizadores da festa.
Ensinar é mais difícil do que proibir, mas é o ideal.
Pastores, líderes e afins, ensinem o discernimento, a obediência a Deus e o amor pelos perdidos ao invés de proibi-los de viver, castrando cada vez mais a nossa juventude.
Liberdade não é o mesmo que libertinagem. Precisa ser aprendida pra ser vivida com santidade. Mas não é excluindo pessoas que vamos alcançar um rebanho sadio, muito pelo contrário.
O verdadeiro discipulado está em poder mostrar os meus erros sem ser condenada por eles. É ser amada pelo que sou, e não pelos meus acertos. É entender que eu não sou ninguém, não tenho a verdade do mundo em minhas mão e muito menos conheço o coração de Deus a ponto de querer decidir por Ele.